quarta-feira, 18 de novembro de 2009

HOMENAGEM À MULHER OXUM!!! MÃE MENININHA!!!

A HISTÓRIA



Maria Escolástica da Conceição Nazaré (Salvador, Bahia, 10 de fevereiro de 1894 - 13 de agosto de 1986), conhecida como Mãe Menininha do Gantois em razão do apelido menininha que recebeu na infância por ser quieta e franzina e sua posição no terreiro que assumiu. “Quando os orixás me escolheram eu não recusei, mas balancei muito para aceitar” Era filha de Oxum.
Foi a quarta Iyálorixá do Terreiro do Gantois, e a mais famosa de todas as Iyálorixá brasileiras, foi sucessora de sua mãe Maria da Glória Nazareth e foi sucedida por sua filha Mãe Cleusa Millet.
Na década de 20, foi escolhida para ser a Iyalorixá do terreiro em virtude da morte de sua tia-avó, Mãe Pulchéria, enquanto se preparava para assumir o cargo, sua mãe Maria da Glória Nazareth ficou por um curto período à frente do Gantois. Aos 29 anos, casou com o advogado Álvaro McDowell de Oliveira, descendente de ingleses. Com ele teve duas filhas, Cleusa e Carmem.
Em uma entrevista dada a revista IstoÉ, mãe Carmem, filha de mãe Menininha do Gantois, conta que ela adorava assistir telenovelas, sendo que uma de suas preferidas teria sido Selva de Pedra. Foi mãe de Santo de artistas como Maria Bethania, Gal costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Dorival Cayme, Jorge Amado, entre outros.
Era colecionadora de peças de porcelana, louça e cristais, sobre os quais guardava muito zelo. Não bebia Coca-Cola, pois certa vez lhe disseram que a bebida servia para desentupir os ralos de pias, e ela temia que a ingestão da bebida fizesse efeito análogo em si.
Jorge Amado não viajava sem ouvir suas recomendações. Dorival Caymmi não dava um passo sem consultá-la primeiro. Antônio Carlos Magalhães seguia seus conselhos a ferro e fogo. E Vinicius de Moraes corria a escutá-la quando estava na Bahia. Ninguém sabe ao certo quem foi a primeira personalidade a frequentar o Terreiro do Gantois, em Salvador, mas o fato é que os braços acolhedores de Mãe Menininha nunca estavam parados. Fosse recebendo seus numerosos filhos-de-santo - o telefone tocava pelo menos 20 vezes por dia, com ligações de todo o País -, fosse preparando os saborosos aracajé, caruru ou o vatapá como só ela sabia fazer, nenhum traço de exaustão perturbava a rotina da guia espiritual mais paparicada da Bahia.
Ecumênica, Mãe Menininha nunca deixou de assistir à missa, numa prova de que o sincretismo religioso da Bahia não é mero chavão. Podia comungar pela manhã e celebrar os rituais do candomblé à noite. No meio tempo, cuidava das duas filhas - Cleusa e Carmen - e coordenava todas as atividades do terreiro. Não eram poucas, já que dentro do próprio Gantois criavam-se galinhas e cultivava-se milho. Sem cobrar um tostão, passava o dia atendendo seus seguidores. Para dar uma trégua aos santos, entregava-se de corpo e alma a pequenos prazeres. Cuidava com esmero da vasta coleção de objetos de louça, presentes dos filhos-de-santo ilustres. Quando estava assistindo aos capítulos da novela Selva de Pedra, ninguém arriscava importuná-la. E grudava no rádio colocado no criado-mudo do quarto para escutar programas evangélicos e música popular - uma de suas cantoras preferidas era Maria Bethânia, ainda hoje frequentadora do Gantois, junto com o irmão Caetano Veloso.
Com sua paciência invejável, não se cansava de tirar dúvidas sobre o candomblé. “Deus? O mesmo Deus da Igreja é o do candomblé. A África conhece o nosso Deus tanto quanto nós, com o nome de Olorum. A morada Dele é lá em cima, e a nossa cá embaixo”, explicava. Mãe Menininha morreu a 13 de agosto de 1986, aos 92 anos.

HOMENAGENS
Após a sua morte seus filhos como homenagem deixaram seu quarto intacto, com seus objetos de uso pessoal e ritualísticos, que foi transformado no Memorial Mãe Menininha.
O Memorial Mãe Menininha é uma das grandes atrações do Gantois, funciona no quarto da falecida Iyalorixá e guarda seus pertences e ferramentas de sacerdotisa. Está localizado na rua Mãe Menininha do Gantois, no bairro da Federação, em Salvador.




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